O iFood vai comprar a Alelo? O assunto se tornou pauta após publicação realizada pelo portal Valor Econômico. Conforme o divulgado, o iFood está em negociações avançadas para adquirir a Alelo, empresa de cartões de benefícios controlada pelo Bradesco e Banco do Brasil, por cerca de R$ 5 bilhões. A informação foi apurada pelo portal de notícias junto a fontes próximas à operação.
Se o negócio for concretizado, o iFood, já líder no setor de delivery de comida no mercado brasileiro, poderá assumir também o protagonismo no mercado de vale-refeição e vale-alimentação, que movimenta entre R$ 150 bilhões e R$ 200 bilhões por ano.
As duas gigantes do mercado de alimentação, iFood e Alelo, ainda não se pronunciaram sobre negociação.
Alelo e iFood Benefícios
Com quase 30% de participação de mercado, a Alelo é uma das principais empresas do setor, tendo registrado receita bruta de R$ 2,9 bilhões em 2024. Desde que entrou nesse segmento em 2020, o iFood Benefícios reúne atualmente cerca de 650 mil usuários. Já a Alelo atende, segundo estimativas, entre 6 milhões e 7 milhões de pessoas.
Essa é a segunda tentativa do iFood de adquirir a Alelo. A primeira aconteceu logo após a pandemia, mas as conversas não avançaram. Na época, o valor discutido girava em torno de R$ 7 bilhões.
Mudanças no mercado de benefícios
Nos últimos anos, o mercado de benefícios tem passado por mudanças significativas, impulsionadas por inovações tecnológicas, ajustes regulatórios e a entrada de novos players como Flash, Caju e PicPay. Apesar da movimentação, Alelo, Pluxee (ex-Sodexo Benefícios e Incentivos), Ticket e VR ainda concentram cerca de 80% do setor.
Além da base de clientes, a possível aquisição traria ao iFood uma estrutura consolidada de relacionamento com departamentos de RH, peça-chave no setor de benefícios, e a capilaridade dos canais de distribuição do Banco do Brasil e do Bradesco, com forte presença no mercado corporativo.
Controladores negam proposta
Em notas separadas, as instituições que são controladores da Alelo negaram que receberam quaisquer ofertas para a venda da empresa. O Bradesco comunicou "aos seus acionistas e ao mercado em geral que avalia continuamente oportunidades de negócios, via aquisições ou alienações de participações societárias". Assim como o Branco do Brasil, em nota, ambos pontuam que a instituição "não recebeu qualquer proposta formal ou documento assinado referente a uma eventual transação envolvendo a Alelo, ou seus acionistas".