Ter sua própria marca de vinhos já foi um sonho distante para bares e restaurantes. Hoje, é uma realidade cada vez mais acessível e estratégica. Com um investimento inicial viável e baixo, é possível criar um produto exclusivo, com a cara da sua casa, que fortalece sua marca, aumenta o tíquete médio e ainda foge da guerra e comparação da concorrência.
Parece complexo, mas não é. Já existem vinícolas e importadoras no Brasil que viabilizam esse tipo de projeto com pedidos pequenos, a partir de poucas caixas. Dá até para começar testando com um único vinho servido em taça ou inserindo uma barrica de vinho no salão, para entender a aceitação dos clientes antes de expandir para uma linha completa com rótulo próprio.
E quando isso é bem feito, vira um divisor de águas. Foi o caso da churrascaria Porcão, em Belo Horizonte, que apostou na marca própria com uma linha de vinhos e espumantes assinada pela casa. Hoje, além da venda em garrafas, eles servem vinho direto da barrica, com ótima margem e grande aceitação do público.
Outro exemplo inspirador vem de Salvador, na Adega Frantz - uma forneria que virou referência em vinhos na capital baiana ao colocar uma barrica de vinho no salão e oferecer o serviço em taça com pipeta, criando uma experiência que lembra uma visita a uma vinícola. O custo por taça gira em torno de R$ 6,00, e o preço de venda é R$ 35,00. A barrica virou atração, ponto instagramável e diferencial competitivo.
O vinho deixa de ser apenas uma bebida do cardápio e passa a representar a identidade da casaDiego Bertolini
Quando um bar ou restaurante lança sua própria marca de vinho, ele constrói autoridade. O vinho deixa de ser apenas uma bebida do cardápio e passa a representar a identidade da casa. A experiência do cliente ganha força. E o melhor: como é um rótulo exclusivo, você foge da comparação com os preços do supermercado. É um produto com narrativa, identidade e margem mais alta.
Esse tipo de estratégia ajuda também a fortalecer a cultura do vinho no seu negócio. Quando o garçom sugere “o nosso vinho da casa”, a conversa muda. O cliente escuta com mais atenção, valoriza a proposta e a chance de conversão aumenta. O time também se engaja mais, porque vende algo que carrega a história do lugar.
Você pode começar com apenas um vinho em taça. Depois, evoluir para três rótulos distintos, um branco, um tinto, um espumante. Ou criar uma linha personalizada com rótulos, cápsulas e uma história por trás. Tudo isso é viável hoje com fornecedores que já trabalham com esse formato, inclusive em pequenas quantidades.
O mais importante é entender que criar sua própria marca de vinho não é só uma questão estética. É uma estratégia de branding, de margem e de diferenciação. É uma forma poderosa de gerar valor real para o seu cliente e para o seu negócio.
Porque vender vinho não é luxo. É visão.
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