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A felicidade no trabalho só é possível se compartilhada

Mais do que salários ou cargos, são os laços e as conexões humanas que definem a satisfação e o sucesso no trabalho. Foto: Canva

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Em um mundo onde vida pessoal e profissional se fundem, a qualidade das relações humanas no ambiente de trabalho torna-se o principal fator para a felicidade

Paulo Jelihovschi 18/06/2025 | 12:00

O estudo das pessoas no contexto do trabalho é algo já não tão recente mais. Ao estudar o assunto no último século, é possível ver como é mutável a forma como as pessoas são entendidas nos negócios em geral. Em resumo, o ser humano começa entendido como máquina, depois como complemento ou operador da máquina, e após virando recurso gerenciável, único e indispensável para que os objetivos organizacionais sejam atingidos.

Essa rápida história poderia ser discorrida com muitos mais detalhes, mas o ponto central é o novo momento que vem sendo inaugurado: o de completa simbiose entre o ser humano e o trabalho, sendo inviável a separação um do outro. Nesse momento não se contrata mais o profissional que irá ocupar determinada função.

Os cargos se tornam cada vez menos relevantes. Agora se contrata a pessoa, com toda sua subjetividade, seu modo único de fazer as tarefas, falar, se relacionar e afins. A separação entre o sujeito que vive e o sujeito que trabalha não mais existe, e essa história culmina na percepção de que o trabalho toma um lugar de extremo protagonismo na vida das pessoas, incluindo a felicidade da pessoa de forma global na sua vida.

Felicidade na vida e no trabalho

Se antes era possível ser infeliz no trabalho e feliz na vida, por serem momentos distintos, nesse momento de simbiose isso não mais existe. Esses momentos não se separam mais. O trabalho é a vida, e a vida é o trabalho. Nesse novo contexto, pesquisas apontam para uma questão interessante quando vai se analisar o que as pessoas mais valorizam no momento de permanecer em seus empregos ou trocar o local de trabalho.

Sempre faço essa pergunta em meus treinamentos e palestras – qual o fator mais importante para que as pessoas decidam ficar ou trocar de emprego? –, e as questões mais comuns que aparecem na plateia sempre estão ligadas às questões ligadas ao salário, condições de trabalho ou até a atividade que se executa. Obviamente são questões importantes, mas não são as mais. 

O que as pessoas mais levam em conta no momento de ficar no trabalho atual ou trocar de emprego são os colegas de trabalho. Isso mostra que as pessoas podem até topar se submeter a condições de trabalho ruins, salários injustos, atividades pouco interessantes e afins, mas elas não conseguem se relacionar diariamente com pessoas que não agregam à sua vida, ao seu crescimento e que até atrapalham esse processo de evolução do ser humano.

Pessoas: o principal fator de felicidade 

Em um momento em que não se separa mais vida e trabalho, esse se torna parte essencial na felicidade das pessoas. Conviver com pessoas que agregam é fundamental para a felicidade no ambiente de trabalho, em qualquer trabalho e em qualquer posição de hierarquia.

Por fim, se pudesse indicar para donos de empresas, gestores e afins no que investir para obterem sucesso junto aos seus times, diria para investirem nas relações humanas. Conversas construtivas e francas talvez valham mais do que treinamentos e workshops, pois conectam o ser humano naquilo que é mais raro e precioso para ele atualmente: os bons e edificantes relacionamentos humanos.

Investir nos bons relacionamentos é investir em felicidade e produtividade. Isso é bom para o negócio. E relacionamento não se faz sozinho, se faz no coletivo, portanto, a felicidade no trabalho só é possível se compartilhada.   

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