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Controle sobre sua própria vida: ou você não tem, ou você não tem

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O psicólogo Paulo Jelihovschi analisa os extremos da busca por controle: a ansiedade de querer dominar tudo e a passividade de não mudar nada. O segredo estaria na sabedoria de distinguir um do outro

Paulo Jelihovschi 30/07/2025 | 10:07

Começo esse texto falando sobre dois tipos de pessoas. Talvez você conheça indivíduos como esses que descreverei, ou talvez você mesmo se reconheça. 

O primeiro tipo é aquele que está sempre preocupado com tudo. Vive nervoso, ocupado com aquilo que ainda não ocorreu. Esse tipo está sempre agressivo, tentando fazer com que tudo a sua volta aconteça como ele deseja, e que todos a sua volta se comportem da forma que ele acredita ser apropriado. 

Já o outro tipo de pessoa se comporta da forma contrária. Ele não se preocupa com nada, pois acha que nada pode feito em nenhum tipo de situação. Está sempre tristonho, amuado, se escondendo de situações corriqueiras e reclamando que nada pode fazer para que a vida seja do jeito que ele gostaria. 

Esses dois tipos demonstram duas faces da mesma moeda: a ansiedade e a depressão, a busca incessante e não busca, o ser ou não ser.  

Linhas da psicologia comportamental defendem que a maior busca do ser humano em sua vida não é a felicidade, a riqueza, o amor ou qualquer outra coisa que idealizamos como objetivos em nossa existência terrena, mas sim o controle sobre as contingências que norteiam nossa vida e o nosso comportamento.

Pessoas que buscam o controle de forma incessante sobre todos os fatores de suas vidas tendem a se comportar como o primeiro tipo aqui descrito, e aquelas que acham que não podem controlar nada, portanto "abrem mão" de qualquer tipo de controle, tendem a se comportar como o segundo tipo As pessoas não vão se comportar como gostaríamos, nosso time de futebol nem sempre vai ganhar e às vezes a chuva vai cair justamente na hora de sairmos de casa ou do trabalho. .

O que elas têm em comum: ambas se frustram. 

É impossível controlar tudo que está ao nosso redor. As pessoas não vão se comportar como gostaríamos, nosso time de futebol nem sempre vai ganhar e às vezes a chuva vai cair justamente na hora de sairmos de casa ou do trabalho.

Por outro lado, sempre há algo a ser feito para podermos ter algum tipo de controle em nossas vidas. Se as pessoas não agem da forma que acreditamos ser a correta, podemos dialogar. Se o nosso time perde, podemos ver um filme em seguida para nos distrairmos. Se chove, podemos abrir um guarda-chuva 

A arte da vida é saber lidar com essa falta de controle, saber que as coisas nem sempre acontecerão como gostaríamos e deixarmos de sofrer por isso. 

Qual a lógica de nos frustrarmos por algo que não temos absolutamente nenhum controle, como uma doença, um acidente ou as ações de um presidente da república? Por outro lado, qual a lógica de acharmos que não podemos influenciar absolutamente nada em nossa volta? Se algo que temos controle pode ser influenciado por nós, por que não agir? 

Em suma, um dos segredos da felicidade é não sofrer por algo que não temos controle, trabalharmos para mudarmos aquilo que temos controle e, principalmente, termos sabedoria para distinguir o que controlamos do que não controlamos. Esse exercício diário de diálogo interno, sobre controle e não-controle para ajudar você e pessoas próximas a levarem a vida de forma mais harmoniosa. 

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*O conteúdo desta coluna é opinativo e não expressa, necessariamente, a posição editorial da B&R.

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