Setembro para mim costuma ser um mês diferente. É o mês do ano em que sou mais convidado a dar palestras, workshops e afins. São dezenas deles ao longo desses 30 dias. Tudo isso devido ao Setembro Amarelo. Do calendário colorido, junto ao Outubro Rosa, Novembro Azul e em alguma medida o Maio Amarelo, é a data que mais pegou entre as empresas.
Para quem não está familiarizado, o Setembro Amarelo é uma campanha nacional contra o suicídio, cujo dia exato de combate no Brasil é o 10 de setembro. Nesse mês, organizações em geral são convidadas a promover ações junto aos seus partícipes que levantem e discutam o problema, e isso é tarefa muito desafiadora. Como falar de um tema tão sensível em ambientes corporativos, que a princípio - e com razão - não tem isso em nenhum local da sua pauta?
Fato é que os números ligados ao suicídio são alarmantes. É muito fácil encontrá-los. Basta dar um Google. Outro fato cada vez mais marcante é o quanto o trabalho contribui nos antecedentes que levam ao suicídio. Como vivo dizendo, o trabalho é parte central da vida das pessoas. Ele é parte constituinte do nosso ser. Um trabalho o qual o sujeito entende como fonte de satisfação e realização é também fonte de saúde. O contrário pode levar a diversos quadros de adoecimento mental, como ansiedade e depressão, que são clássicos predecessores de atos suicidas.
Essa constatação mostra a importância das empresas se envolverem em algum grau nessa missão de combate ao suicídio. Aí volto ao questionamento: de que forma?
Particularmente, acho fundamental trazer o tema de forma leve, reflexiva, sem muitos dados e explicações técnicas sobre neurotransmissores ou química cerebral, e principalmente tratando do principal assunto quanto falamos de autoextermínio: a vida. Por muitas vezes a vida nos leva a nos desconectarmos daquilo que é o mais importante para cada um de nós, e cada um de nós tem algo diferente do outro, o qual acreditamos ser o mais importante.
Para uns é o trabalho, para outros a família, para outros a religião, e por aí vai. Busco sempre trazer como é fundamental estarmos sempre conectados a essas questões, e se a vida, por vários motivos, nos leva à desconexão, é importante parar, refletir e buscar essa reconexão.
Como já disse, o trabalho é fundamental nesse processo, e as empresas devem apoiar essa causa, mas a responsabilidade final é de cada um, buscando no dia a dia essa conexão com o que realmente é importante. Se o caro leitor sente que está desconectado, busque ajuda, converse com familiares e amigos sobre isso. Falar é sempre o primeiro passo em busca da evolução e da melhora.
No Setembro Amarelo, busque a reconexão com a sua vida!
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