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5 livros com pensamento crítico para gestores de bares e restaurantes

Foto: Paulo PSilva

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Direto da redação da B&R, confira cinco livros que ampliam o repertório, provocam pensamento crítico e inspiram lideranças em bares e restaurantes

Danilo Viegas 28/07/2025 | 11:10

Em um setor onde decisões precisam ser rápidas, os desafios são diários e a inovação é constante, a leitura pode parecer um luxo. Mas é justamente nesse cenário que ela se revela uma ferramenta estratégica. Aqui, a B&R propõe uma pausa reflexiva: cinco obras que, embora distintas em estilo e abordagem, oferecem repertório, provocam pensamento crítico e ampliam a visão de mundo — atributos essenciais para quem lidera negócios de hospitalidade.  

Não são leituras sobre o empreender puro e simples. Para isso, outras seções na livraria podem ajudar mais o amigo leitor. A ideia aqui é ligar o universo da cozinha nos bares e restaurantes à sociedade.  

Nina Horta e a crônica como espelho da gastronomia brasileira 

Não é Sopa, de Nina Horta 

Publicado originalmente em 1995, Não é Sopa reúne crônicas da colunista da Folha de S.Paulo que, com humor refinado e olhar sensível, capturou o cotidiano da cozinha brasileira como poucos. Nina Horta não escrevia apenas sobre comida — escrevia sobre gente, memória, cultura e comportamento.  

Em suas páginas, o leitor encontra reflexões sobre o pão de queijo, o foie gras, o garçom, o cliente, o modismo e o eterno retorno ao simples. Para o empresário do setor, é uma aula de brasilidade e empatia, um lembrete de que a experiência gastronômica começa muito antes do prato e vai muito além da receita. 

Comida como fenômeno social e político 

As Revoluções da Comida, de Rafael Tonon 

O jornalista Rafael Tonon investiga, com rigor e fluidez, as transformações que moldaram a alimentação contemporânea. O livro percorre temas como o surgimento do fast food, o movimento slow food, a ascensão do delivery, a tecnificação da produção e os dilemas éticos da indústria.  

Tonon articula entrevistas, dados e análises para mostrar como a comida se tornou um campo de disputas culturais, ambientais e econômicas. Para os donos de bares e restaurantes, a leitura é um convite à atualização constante: entender o que está no prato é também entender o que está em jogo no mundo.
Foto: Paulo PSilva

A obsessão pela excelência e seus limites 

O Perfeccionista, de Rudolph Chelminski 

A biografia do chef francês Bernard Loiseau, escrita pelo jornalista americano Rudolph Chelminski, é um retrato comovente e inquietante da alta gastronomia. Loiseau, símbolo da nouvelle cuisine e estrela do Guia Michelin, construiu um império à base de disciplina, carisma e perfeccionismo extremo. Mas também sucumbiu à pressão por manter o topo.  

O livro revela os bastidores de um sistema que glorifica a excelência, mas cobra um preço alto por ela. Para o empreendedor da hospitalidade, é uma leitura que provoca: até que ponto vale a pena perseguir a perfeição? E como equilibrar paixão, saúde mental e propósito? 

A coquetelaria como expressão da biodiversidade e da ancestralidade brasileira 

Foto: Divulgação/ Companhia das Letras

 Da Botica ao Boteco – Plantas, garrafadas e a coquetelaria brasileira, de Néli Pereira 

Mais do que um livro sobre drinks, Da Botica ao Boteco é uma obra que resgata saberes tradicionais e propõe uma nova forma de pensar a coquetelaria no Brasil. A autora, Néli Pereira — jornalista e pesquisadora —, conduz o leitor por uma jornada que conecta a botânica, a história da medicina popular e a mixologia contemporânea. O resultado é um manifesto em defesa de uma coquetelaria autoral, enraizada na biodiversidade brasileira e nas práticas ancestrais de cura e celebração. 

A obra apresenta dezenas de plantas nativas, suas propriedades e usos históricos, além de receitas de garrafadas e coquetéis que valorizam ingredientes como jurubeba, artemísia, alfazema e boldo. Mas o livro vai além da técnica: ele propõe uma reflexão sobre identidade, sustentabilidade e pertencimento. Para os empresários do setor, é uma leitura que inspira inovação com propósito — e convida a repensar o cardápio como ferramenta de narrativa cultural e valorização do território. 

A embriaguez como elo cultural da humanidade 

Uma breve história da bebedeira – Como, onde e por que a humanidade tomou umas da Idade da Pedra até hoje, de Mark Forsyth 

Combinando erudição e irreverência, o britânico Mark Forsyth conduz o leitor por uma viagem histórica e antropológica através dos rituais de consumo de álcool ao longo dos séculos. Uma Breve História da Bebedeira revela como a prática de beber esteve e, ainda está, profundamente entrelaçada com a vida social, política e espiritual das civilizações. 

Forsyth argumenta que a embriaguez, longe de ser mero escapismo, sempre teve função social: criar vínculos, selar acordos, inspirar ideias e até legitimar lideranças. Com humor refinado e pesquisa rigorosa, o autor mostra como diferentes culturas estabeleceram regras, espaços e significados para o ato de beber e como essas tradições moldaram o que hoje conhecemos como hospitalidade. 
Foto: Divulgação

 

Para os empresários de bares e restaurantes, o livro oferece mais do que curiosidades históricas: ele fornece contexto cultural para o papel simbólico que seus estabelecimentos ocupam. Ao entender que o bar é, historicamente, um espaço de encontro e transformação, o gestor pode repensar sua proposta de valor com mais profundidade e propósito. 

 

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