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Os desafios da liderança em um mercado em transformação

Com mais de 30 anos de experiência, Iris Barbosa compartilhou no Fórum B&R sua trajetória e visão sobre os novos desafios da liderança. Foto: Jonnie Mello

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No Fórum B&R, Iris Barbosa compartilhou lições da própria trajetória e apontou caminhos para liderar em tempos de mudanças tecnológicas e comportamentais

Ísis Castro 29/05/2025 | 11:15

No segundo dia do Fórum B&R, evento realizado durante a Semana de Alimentação Fora do Lar, a conselheira Iris Barbosa conduziu uma palestra marcada por vivências pessoais e reflexões sobre os novos caminhos da liderança. Durante a apresentação, ela compartilhou dados, exemplos e ideias sobre como liderar em tempos de pressão por resultados, concorrência acirrada e relações de trabalho em constante mudança.

Iris iniciou a carreira no McDonald’s depois de ser recusada em várias vagas por falta de experiência. Aos 17 anos, recebeu sua primeira promoção. Aos 21, tornou-se gerente de unidade. Mais tarde ocupou o cargo de diretora de T&D Brasil, foi head na América Latina e também passou cinco anos na Apple.

Hoje, com mais de três décadas atuando com negócios, é conselheira, palestrante, voluntária e vice-presidente do Instituto Pactuá, que acelera a presença de negros em posições de liderança. Com a convicção de quem fala a partir das próprias vivências, Iris conduziu o público por uma reflexão sobre o papel da liderança em um mercado em constante transformação.

O líder que se transforma com o mundo

Segundo Iris, o cenário atual exige mais dos líderes. Consumidores estão mais conscientes, cobram atitudes coerentes das marcas e buscam empresas que valorizam seus funcionários. Ao mesmo tempo, a pressão por resultados aumenta, a tecnologia avança em ritmo acelerado e o comportamento das novas gerações desafia modelos antigos.

Iris não hesitou ao afirmar que a Geração Z — que, segundo a Forbes Brasil, representa 23% dos profissionais no mundo — é menos engajada nos moldes tradicionais. Mas isso, segundo ela, não é defeito. “Eles não são melhores e nem piores. São apenas diferentes. E cabe aos líderes entenderem como tirar o melhor de cada pessoa, independentemente do seu estilo”, disse.

Diante desse novo cenário, Iris apresentou as competências que considera essenciais para liderar bem: adaptabilidade e agilidade, empatia, comunicação, capacidade de formar equipes diversas, compromisso com o desenvolvimento de talentos e visão estratégica com responsabilidade social. “Hoje, os líderes precisam cada vez mais ajustar rotas em tempo real e se conectar de verdade com as pessoas”.

A fala foi permeada por episódios pessoais e dados de mercado. Em uma das passagens mais marcantes, Iris lembrou o início da carreira, quando era a única mulher negra nos espaços que ocupava.

“Eu não tinha referências, mas tive o orgulho de me tornar uma. Hoje, vejo que os líderes têm o dever de impulsionar e fomentar talentos diversos”, afirmou.

Para ela, investir em capacitação não é risco — é acerto. “Ouço algumas pessoas dizendo ‘Ah, mas e se treinar a pessoa e ela for embora?’ Mas aí, eu pergunto: e se você não a treinar e ela ficar?”, provocou, citando um estudo da Harvard Business Review que mostra como o treinamento em tecnologias reduz erros em 34% e aumenta a satisfação dos clientes em 22%.

Antes de encerrar, lembrou que o próprio líder também precisa estar em desenvolvimento constante. “O líder que investe no próprio desenvolvimento não apenas cresce, mas capacita sua equipe a crescer junto, criando um ciclo contínuo de evolução e resultados”, concluiu Iris.

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