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Como estruturar uma carta de vinhos que vende mais

Uma carta de vinhos bem estruturada é mais do que uma lista de rótulos; é uma ferramenta estratégica para guiar a experiência do cliente e impulsionar as vendas. Foto: Gemini IA

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A carta de vinhos do seu restaurante está vendendo menos do que pode? O especialista Diego Bertolini ensina o jeito certo de formatar e lucrar mais com a carta de vinhos

Diego Bertolini 13/08/2025 | 11:57

Parece básico, mas não é. A carta de vinhos, quando bem estruturada, vai muito além de uma simples lista de rótulos: ela é uma ferramenta estratégica de venda, que influencia diretamente na experiência do cliente e no faturamento da casa.

Uma carta clara, bem organizada e visualmente atrativa facilita a leitura, destaca os vinhos que você quer girar com mais velocidade e dá confiança ao consumidor na hora da escolha. E aqui vale para todo mundo: do restaurante de alta gastronomia ao boteco com duas opções em taça, da pizzaria movimentada ao gastrobar moderno. O formato pode mudar, carta volante, carta digital, cardápio encartado ou QR Code na mesa, mas a lógica tem que ser a mesma: praticidade e estratégia.

O ideal é começar pelos vinhos em taça e meias garrafas, que funcionam como uma porta de entrada para o cliente explorar o cardápio com leveza. Esse espaço pode ser usado para destacar safras novas, lançamentos, ações promocionais ou mesmo rótulos com giro mais rápido.

Na sequência, vêm os espumantes, e aqui entra uma dica importante: valorize os rótulos da sua região primeiro. Um restaurante em Bento Gonçalves pode abrir com espumantes da Serra Gaúcha. Já um restaurante no Nordeste pode começar com rótulos do Vale do São Francisco. Depois disso, siga com espumantes nacionais de outras regiões, depois América do Sul (como Cava e Prosecco), e finalize com Champagnes ou rótulos europeus, se for o caso.

Os vinhos tranquilos, brancos, rosés e tintos, devem vir logo depois, sempre nessa ordem. E aqui entra uma decisão estratégica importante:

Como organizar os rótulos dentro de cada categoria?

Você pode seguir dois caminhos:

Se quiser transmitir acessibilidade e estimular a experimentação, organize os rótulos do menor para o maior valor.

Mas se a ideia for posicionar a sua casa como referência em curadoria e elevar o tíquete médio, comece pelos vinhos de maior valor e vá descendo para os mais acessíveis. Esse simples ajuste na ordem pode transformar a percepção da carta e a média de venda por garrafa.

Outro ponto essencial é trabalhar com dois formatos complementares de carta. A carta principal é o cardápio fixo, com os vinhos que fazem parte do dia a dia da casa, ela deve ser clara, bonita e organizada. A carta sazonal, por outro lado, serve para destacar novidades, edições limitadas, rótulos promocionais ou ações específicas por estação. Ela pode ser impressa em formato simples ou ser 100% digital, o que facilita a atualização.

Sobre o formato ideal: o melhor dos mundos é trabalhar com os dois, física e digital. A carta física ainda transmite charme e credibilidade, especialmente em casas mais clássicas. Já a digital é ágil, prática e se adapta bem a bares mais dinâmicos. Se possível, ofereça as duas opções para atender diferentes perfis de público.

Um recurso simples, mas poderoso, é inserir dicas de harmonização ao lado de cada rótulo.

Mas atenção: mantenha a simplicidade. Uma ou duas frases curtas já cumprem o papel, como “Ideal com carnes vermelhas e massas com molho intenso” ou “Vai bem com pratos leves e frutos do mar”. Isso ajuda o cliente a se sentir mais seguro e a fazer escolhas com maior valor agregado.

Também vale criar uma seção especial com sugestões do chef ou pratos da casa já pensados para harmonizar com vinhos específicos. Isso facilita a venda casada e aumenta o valor percebido do cardápio.

Outra dica prática: mantenha os preços sempre claros, de preferência alinhados à direita, para facilitar a comparação. E se a carta for extensa, incluir um índice na primeira página pode fazer toda a diferença na agilidade do atendimento e na autonomia do cliente.

No fim das contas, uma carta bem feita não vende só vinho. Ela vende experiência, reforça posicionamento e valoriza o seu negócio.

E o melhor: dá para aplicar em qualquer tipo de estabelecimento, o segredo está na lógica, na clareza e na intenção por trás de cada decisão.

Se você quer vender mais vinho, comece organizando melhor a forma como ele é apresentado

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