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Mercado de sorvete no Brasil projeta variações para 2026

Tradicionais no Brasil, as sorveterias fazem parte do imaginário brasileiro e podem ser alternativa de sobremesa no cotidiano. | Foto: Canva

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Com oscilações na temperatura e a ocorrência de fenômenos climáticos previstos para o próximo ano, o setor sorveteiro pode encarar momentos diversos com janelas de oportunidade para crescimento

Gustavo Monteiro 08/12/2025 | 12:00

O mercado de sorvetes no Brasil pode viver momentos de altas mudanças durante o ano de 2026. Em decorrência de flutuações econômicas e fenômenos climáticos que atingirão o país, as vendas podem ser diretamente afetadas.

De acordo com Eduardo Weisberg, presidente da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), a inflação pode afetar diretamente o custo dos insumos para a produção e incorrer em preços mais altos para a ponta final.

Além disso, a previsão do retorno de fenômenos climáticos ao Brasil, como “el niño”, causador de secas em algumas regiões, como o norte brasileiro, mas também gerador de chuvas intensas e contínuas em locais como o sul do país.

Outro fenômemo que pode se manifestar já no final de 2025 e tem efeitos contrários a “el niño” é "la niña", que pode levar grande calor para as regiões sul e sudeste do país.

Para o empreendedor Alvin Chu, proprietário da Gelateria di Argento, em Porto Alegre, essa variação climática pode gerar impactos principalmente para os negócios de rua, que não contam com a climatização e proteção da chuva e calor a nível das lojas encontradas em shoppings.

Uma alternativa, segundo Chu, é a adoção de um delivery para venda dos sorvetes, a fim de diminuir prejuízos com clientes que possam evitar sair de casa mesmo em situações de calor extremo. "É importante considerar no planejamento um orçamento abaixo da média nesses dias, é um fator previsível", afirma.

Além disso, o empreendedor diz que incluir produtos de inverno no cardápio que tenham o sorvete como acompanhamento pode ser um diferencial para elevar as vendas no período de temperaturas mais baixas.

O consumo de sorvete no Brasil

Segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis (Abrasorvete) em parceria com a Empresa Júnior da Fundação Getúlio Vargas (EJFGV), os estados que mais consomem o produto são São Paulo (20%), Minas Gerais (9,87%) e Rio de Janeiro (9,73%).

Ainda de acordo com a Abrasorvete, o consumo médio de picolé no Brasil é de 3,19 litros por pessoa, ou seja, em média 45 unidades. O sorvete de massa, por sua vez, apresenta consumo médio de 5,94 litros por pessoa, um total aproximado de 9,1 litros em seus diferentes formatos

O público tem preferência em comprar sorvetes principalmente em sorveterias, com 69,6% das compras, além das cafeterias e restaurantes que oferecem como alternativa de sobremesa para o cliente.

Segundo Martin Eckhardt, presidente da Abrasorvete, "os dados da pesquisa reforçam a força do mercado de sorvete no Brasil, impulsionado por fatores como a diversificação dos produtos, dinamismo e modernização da indústria brasileira, além do aumento das temperaturas em algumas regiões".

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Tendências do mercado de sorvetes para o verão

Para o próximo verão que se aproxima, é possível apostar em opções que deram certo durante 2025 e podem continuar fortes no ano seguinte, com sabores que remetam ao clássico, mas sem deixar de valorizar a experiência do cliente.

De acordo com Chu, a qualidade dos ingredientes não deixa de ser um diferencial para se destacar no segmento. Sorvetes e gelatos de excelência seguem como clássicos que não perdem o posto de tendência nas sorveterias.

A inovação nos sabores pode ser um potencial para incrementar em uma opção que surpreenda em seu estabelecimento, desde releituras de clássicos da confeitaria até modos de recuperar a nostalgia de seu cliente com memórias reativadas.

Outro caminho é a adoção de opções adaptadas para públicos específicos, como diabéticos e lactointolerantes, que via de regra podem optar por não consumir sorvetes em decorrência destas limitações. Uma alternativa é procurar pelos adoçantes disponíveis que possam atender a esse mercado, assim como formas de dispensar o uso de lactose.

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