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Raio-X dos influenciadores digitais da gastronomia

Empresário viraliza em rede social ao brincar sobre os estereótipos de influenciadores digitais da gastronomia. Foto: Shutterstock

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Empresário viraliza em rede social ao brincar sobre os estereótipos de influenciadores gastronômicos. Veja a classificação feita por Vitor Velloso que viralizou

Danilo Viegas 11/07/2025 | 09:34

Sócio de casas de sucesso em Belo Horizonte, como o restaurante Pacato e os bares Pirex e Nimbos, o restaurateur (ou restauranteiro, como brinca) Vitor Velloso, viralizou em seu Instagram com uma ácida e bem humorada crítica justamente aos críticos influenciadores digitais. O empresário enumerou cinco perfis caricatos de influencers de gastronomia.  

Em seu post, Vitor refletiu sobre a brincadeira.

“A crítica gastronômica morreu no primeiro dia em que um reels mostrando uma piscina de cheddar recebeu 1 milhão de views. Ela faleceu no dia em que alguém que não sabe fritar um ovo e se alimenta abrindo latas ganhou palco dizendo o que é comida de verdade. No dia em que um diretor de casting escolheu o jurado de reality gastronômico com base no número de tatuagens. E principalmente, no dia que o ódio se tornou mais interessante que o paladar. Nesse dia a crítica morreu. O que sobrou é o olavismo gastronômico”.

Para Vitor, ‘nesse cemitério de opiniões restam alguns bravos guerreiros que se prestam a fazer o raro trabalho de pesquisar, saborear, opinar e criticar’. 

Confira a lista dos tipos de influenciadores gastronômicos: 

 

O ‘mercenário’: 

Pagando bem, ele diz que tudo é uma novidade imperdível, por mais medíocre que seja.  Fala gritando e sempre vai no estabelecimento que acabou de abrir. Qualidade? Esquece!

Frases típicas: “lugar escondido”, "descobri", "muito barato" "quanto cheddar!". 

Para observar: um lugar com placa na porta e Instagram não é secreto nem escondido. Fartas quantidades de um insumo ruim não fazem um prato ficar bom. 

 

O ‘hater profissional’: 

Seu nobre paladar acha tudo ruim. Quanto mais conceituado o lugar, mais legal falar que é péssimo. Com requintes de crueldade, garimpa ódio que engaja no melhor estilo Marçal, vive da imagem de desmascarar os chefs

Frases típicas: “vergonhoso”, “insosso", "é uma piada" "desnecessário" 

Para observar: no final, tem sempre um curso online. 

 

O ‘c*ga regra’: 

Acha que tudo tem que ser feito conforme o livro de receitas de 1932. Inventa regras e espalha conservadorismo rejeitando qualquer praticidade, inovação e subversão. Tenta ganhar autoridade no grito. 

Frases típicas: "como deve ser", "deveria ser um crime", "feito do jeito certo". 

Para observar: quanto mais tempo um chef tem de estrada, menos apego ele tem a regras inventadas e mais amor a praticidade. 

 

O ‘Sherlock Russomano’: 

Para ele todo estabelecimento está tentando te roubar, vive de investigar os lugares e só fala de preço e quantidade, quer botar preço em tudo, mas não abre o próprio bar porque sabe que não dá dinheiro. 

Frases típicas: “é golpe”, “saí com fome”, "só otário para pagar isso" 

Para observar: 1/4 dos bares do Brasil operaram no prejuízo, a margem média é inferior aos 10% e mais da metade quebra antes de fazer 2 anos. 

 

O ‘gastrohipster’: 

Para ele se faz sucesso é ruim, bar tem que ser sujo e longe. Só o dono pode ficar no balcão e a esposa dele na cozinha, se a equipe for mal-humorada e tiver um rádio AM ele chega a se emocionar.

Frases típicas: raiz, verdadeiro, "igual antigamente" "simplicidade" 

Para observar: fetiche não indica qualidade, pobre do dono do bar que não consegue ter um dia de folga e nem pode se aposentar 

 

Bônus: O perfil que agrega. 

  • Aponta o que não gostou sem dó, mas sem alarde e com respeito. 
  • O que está bom é indicado e celebrado. 
  • Sempre oferece alguns feedbacks em particular. 
  • Tem referência e pesquisa, mas não coloca holofote em si. 
  • Celebra colaborações, lançamentos e aberturas. 
  • Dá destaque para as equipes. 
  • Conhece os garçons, sommeliers e bartenders da cidade. 
  • Separa claramente gosto pessoal e erro técnico. 
  • Torce pela cena. 

Fase típica: sucesso para vocês, quero ir lá conhecer! 

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