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Entrega Rápida: como o iFood vê o cenário do delivery no país

CEO do iFood, Diego Barreto, conta sobre estratégias da gigante do delivery para os próximos meses. Foto: Jhonnie Mello

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Diego Barreto detalha como o investimento de R$17 bilhões focará em transparência, novas ocasiões de consumo e no uso inteligente de IA para gerar mais vendas aos restaurantes

Brener Mouroli 14/08/2025 | 17:00

O jogo do delivery no Brasil está evoluindo, e não se trata mais apenas realizar uma entrega rápida. Em entrevista exclusiva ao chefe de redação da B&R, Danilo Viegas, no podcast "O Café e a Conta", o CEO do iFood, Diego Barreto, detalhou o investimento de R$ 17 bilhões da empresa, anunciado no iFood Move. Além disso, revelou que a nova fronteira do setor é a transparência de preços, a integração de canais e o uso inteligente da tecnologia para criar oportunidades de venda para os restaurantes.

Contrariando a ideia de que o aumento do investimento é uma resposta à concorrência, na que está recebendo o nome de “Guerra do Delivery”. Barreto explica que a estratégia segue um plano de crescimento consistente. A maior parte dos recursos não será usada em uma briga de cupons, mas sim para destravar novas ocasiões de consumo e impulsionar vendas dos restaurantes na plataforma. 

"Minha cabeça está no uso desse dinheiro na expansão do iFood Hits, que vem para atender a classe C; na expansão do iFood Turbo, que destrava uma outra ocasião de necessidade, e para fomentar o Clube iFood e a plataforma de investimentos", afirmou o CEO.

Destravando vendas 

Durante a conversa, Barreto destacou os projetos dois projetos são centrais para gerar essas novas vendas e foco no crescimento. O primeiro busca atender, em especial, a classe C, um público para o qual o custo do frete historicamente inviabilizava pratos de valor mais baixo. A solução foi criar um modelo com taxa de entrega sempre grátis e preços compatíveis com o vale-refeição, com isso, a plataforma lançou o iFood Hits.

"Na hora que eu tiro a taxa de entrega, eu começo a me aproximar do almoço de segunda a sexta", explica Barreto. O segundo pilar é a entrega ultrarrápida, ou turbo, que visa atender a uma ocasião de necessidade, onde receber o pedido em até 20 minutos é crucial. Isso exige uma nova modelagem operacional do restaurante, com cozimento ágil e um raio de entrega mais curto, explicou o CEO durante a conversa.

Transparência como diferencial

Para Barreto, o futuro dos restaurantes seguirá o caminho que o varejo já trilhou: o da transparência e da comparação. Hoje, um consumidor pesquisa o preço de uma geladeira na loja física e online antes de decidir. Em breve, ele fará o mesmo com restaurantes, visualiza o CEO.

Isso significa que o cliente, cada vez mais exigente, vai comparar o preço do prato no salão e no delivery, verificar o tempo de fila para ir ao local e o tempo de entrega para pedir em casa. Ou seja, a tecnologia permitirá que eles tenham essa visão 360º e os restaurantes precisarão se adaptar a essa nova realidade.

Tecnologia para vender mais 

Falando em transparência com o uso da tecnologia, Barreto também destaca a Inteligência Artificial (IA) como uma ferramenta poderosa nesse cenário, mas avisa que seu uso exige sabedoria. 

Sua dica de ouro é usar a IA como uma aliada para decidir melhor, e não para substituir a realidade. Um uso inteligente seria, por exemplo, tirar cinco fotos reais do seu prato e usar a tecnologia para analisar qual delas tem maior potencial de conversão com seu público. "Eles [detalhes] só resolvem questões que às vezes a sua câmera, por ser simples, não é a ideal", pontua. 

O erro, ou o "uso burro", seria utilizar uma imagem 100% gerada por IA que não corresponde ao prato real ou, pior, criar algoritmos que incentivem o entregador a correr para compensar um atraso na cozinha.

"Nos nossos modelos eu tenho condições de contorno. É proibido fazer determinadas coisas", garante o CEO sobre as travas de segurança do sistema.

Confira tudo no O café e a conta

A visão do iFood indica que o sucesso no delivery dependerá cada vez menos da velocidade e cada vez mais da capacidade de planejamento do restaurante de ser transparente, adaptar-se a novas ocasiões de consumo e usar a tecnologia para aprimorar a experiência do cliente, transformando dados em inteligência e, consequentemente, em mais vendas.

Veja tudo o que Diego Barreto disse na conversa no episódio #118 do podcast O Café e a Conta.

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