Diante do cenário de crise gerado pelo escândalo da venda de bebidas falsificadas contaminadas com metanol, o álcool metílico, com 39 casos e 6 mortes suspeitas por intoxicação em São Paulo–SP, o debate sobre adulteração desses produtos foi reaceso e gerou alerta para donos de bares e restaurantes, assim como os consumidores.
Um levantamento realizado pela Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) aponta que 36% das bebidas comercializadas no Brasil são fraudadas, falsificadas ou frutos de contrabando.
Ainda conforme o relatório, vinhos e destilados estão entre os produtos mais afetados. Uma em cada cinco garrafas de vodca é adulterada. Vale ressaltar que a venda de bebidas falsificadas configura crime contra a saúde pública, previsto no artigo 272 do Código Penal.
Como identificar bebidas falsificadas?
O especialista em proteção de marcas e combate à falsificação de bebidas da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), durante treinamento realizado pela Abrasel e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), destacou a importância da fiscalização das bebidas que são comercializadas e mesmo a forma como são descartadas no país.
O mercado ilegal não apenas coloca em risco a saúde pública, como também alimenta redes criminosas, fragiliza a concorrência leal e compromete a arrecadação tributáriaDaniel Monferrari
Dentre os métodos utilizados pelos fraudadores de bebidas, está o reaproveitamento de embalagens de produtos importados descartadas, que não são tipicamente reutilizadas no Brasil e podem ser matéria-prima para o envasamento dos líquidos adulterados.
A única forma de identificar a presença de metanol em bebidas é por meio de teste laboratorial: o odor e o sabor são os mesmos do álcool e os efeitos adversos aparecem apenas quando o corpo tenta eliminar a substância do corpo, ao metabolizar no fígado.
Para evitar a aquisição de bebidas falsificadas, é importante conferir se o registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) presente no rótulo está correto, verificar a existência de alguma irregularidade na garrafa, da tampa até a base, além do selo de Imposto sobre Produtos Importados (IPI), no caso de produtos estrangeiros.
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