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O vinho ainda é o único que vem com manual de instruções

Oferecer vinho em taça é a chave para diminuir o desperdício, aumentar a lucratividade e entregar uma experiência moderna ao seu cliente. Foto: Canva

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Por que vender cerveja de vários jeitos e vinho só em garrafa? Saiba como a venda de vinho em taça pode aumentar o lucro, diminuir o desperdício e modernizar a experiência no seu restaurante

Diego Bertolini 17/09/2025 | 09:17

A gente vive num mercado onde tudo gira em torno de adaptar a experiência ao consumidor. Cerveja? Tem de tudo: lata, long neck, garrafa de 600 ml, chope de 300 ou 500 ml, torre de 3 ou 5 litros. E o vinho? Na maioria dos estabelecimentos, a resposta ainda é: só garrafa de 750 ml. Ou seja, a categoria segue amarrada a um formato único e ultrapassado. Mas o cenário está mudando. E o seu bar ou restaurante pode sair na frente.

O vinho em taça é uma das estratégias mais eficazes (e ainda pouco exploradas) para aumentar a rentabilidade, girar rótulos e entregar uma experiência melhor para o cliente. A gente validou isso em uma pesquisa feita com a Abrasel, conversando com mais de 120 donos de bares e restaurantes. A maioria respondeu que não trabalha com vinho em taça por medo de desperdício. Mas isso, hoje, é puro desconhecimento da categoria.

A tecnologia e as opções evoluíram. O bag-in-box, por exemplo, é uma embalagem que conserva o vinho por até 30 dias após aberto, graças ao sistema de vedação que evita contato com o oxigênio. É ideal para vinhos de alta rotatividade e uma solução certeira para minimizar desperdício.

Um case real: o vinho branco Castellamari, em bag-in-box de 3 litros, custa cerca de R$ 75. Isso dá menos de R$ 4 por taça. Você pode vender por R$ 19,90 o mesmo preço de uma long neck com uma margem surreal.

Outra possibilidade: as garrafinhas de 187 ml. Uma sugestão é o espumante Mayos Brut, que custa cerca de R$10. Você pode oferecer a garrafinha inteira na mesa por R$25, ou servir a taça por R$25 a R$30, dependendo da proposta da casa com uma margem incrível e apresentação impecável. A mesma lógica vale para vinhos em lata de 269 ml, que custam nessa faixa e servem até duas taças, ideais para vinhos brancos, frisantes ou tintos leves.

Quer manter o serviço por garrafa de 750 ml? Tudo bem. Mas aí entra a necessidade de conservar o vinho corretamente. Um acessório simples como o Vacuvin, uma bombinha que retira o ar da garrafa, garante até 3 dias extras de durabilidade com qualidade. Ou seja, dá para fazer vinho em taça com controle, com margem, com experiência.
O consumidor de hoje é eclético, gosta de testar, variar, e nem sempre quer se comprometer com uma garrafa inteira. Ignorar isso é perder venda.

O vinho em taça democratiza o consumo e aproxima o público de um produto que, por muito tempo, foi tratado como complexo demais. Mas no fim, vender vinho é tão simples quanto vender cerveja: basta ter variedade de formatos e uma boa estratégia por trás.

Aumentar o nível de consciência da sua equipe e da sua operação sobre esses formatos pode transformar sua carta e seu faturamento. Teste aos poucos, observe o que sai mais, ajuste os preços, trabalhe com horários estratégicos como o almoço. E, acima de tudo, abra espaço para essa categoria brilhar no seu bar ou restaurante.

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