A Meituan, uma das maiores plataformas de delivery da China, acaba de lançar o Xiaomei, um agente de inteligência artificial que promete transformar a forma como os consumidores fazem pedidos de comida e reservas em restaurantes. A tecnologia, baseada no modelo proprietário LongCat, permite interações por comando de voz e oferece recomendações gastronômicas personalizadas — um salto na experiência do usuário.
O lançamento ocorre em meio a uma ofensiva agressiva de concorrentes como Alibaba Group e JD.com , que também estão incorporando IA em seus serviços, especialmente em mapas e sistemas de recomendação. O Alibaba, por exemplo, reformulou seu serviço de mapas para competir diretamente com a Meituan, integrando funcionalidades semelhantes às do Google Maps.
A disputa entre os gigantes reflete uma corrida tecnológica por uma fatia maior de um mercado altamente lucrativo — mas com margens cada vez mais pressionadas. Para atrair clientes, as empresas têm investido cifras bilionárias em promoções e incentivos. O Alibaba anunciou recentemente US$ 140 milhões em benefícios para usuários de seus serviços de entrega. A Meituan e outras plataformas seguem a mesma trilha, elevando os custos operacionais e preocupando investidores.
Leia também:
O que isso significa para o setor de alimentação fora do lar?
A adoção de agentes de IA como o Xiaomei sinaliza uma tendência que deve impactar diretamente bares e restaurantes no Brasil: a automação da jornada do cliente, desde a busca por opções gastronômicas até a finalização do pedido. Empresários atentos devem observar como essas tecnologias podem ser adaptadas localmente — seja por meio de parcerias com plataformas, seja pelo desenvolvimento de soluções próprias.
A presença da Meituan no Brasil já é uma realidade consolidada por meio da Keeta, sua operação local de delivery. A entrada da Meituan no mercado brasileiro reforça o pano de fundo da notícia principal: a empresa não está apenas investindo em IA para melhorar a experiência do consumidor na China, mas também exportando sua lógica de automação e personalização para mercados estratégicos como o Brasil.
O lançamento do agente Xiaomei, nesse contexto, não é um experimento isolado — é parte de uma arquitetura global que combina tecnologia, escala e inteligência de dados para disputar o domínio do consumo instantâneo.
Para bares e restaurantes brasileiros, isso significa que a competição não será apenas por preço ou logística, mas por experiência digital integrada, algo que plataformas locais precisarão acelerar se quiserem manter relevância.