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Pesquisa Stone: 34% dos empresários apontam vender mais como principal dor do negócio

Pedro Zinner, CEO da Stone, realizou apresentação sobre o mercado durante evento da empresa. | Foto: Marcio Bezerra

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Além de vender mais, Pesquisa Stone mostra que gestão e crédito travam crescimento de empreendedores em ano de retração

Danilo Viegas 25/11/2025 | 15:00

O ano de 2025 pode ser considerado um banho de água fria para o varejo brasileiro? Após um ciclo de expansão entre 2021 e 2024, o mercado perdeu fôlego, pressionado por uma taxa Selic de 15% e o endividamento das famílias. No entanto, uma pesquisa inédita realizada pela Stone em parceria com a Provokers aponta que o verdadeiro inimigo do empresário pode estar dentro de casa.

Conforme a pesquisa, 34% dos empreendedores apontam "vender mais" como sua principal dor e outros 33% clamam por crédito. Além disso, um dado alarmante expõe a fragilidade estrutural das Pequenas e Médias Empresas (PMEs): 74% dos entrevistados simplesmente não utilizam sistemas de gestão para acompanhar gastos.

Em um setor de margens comprimidas como a alimentação fora do lar, onde o CMV (Custo da Mercadoria Vendida) flutua semanalmente, operar no escuro não é apenas arriscado, é letal.

Raio-X delivery

Para a alimentação fora do lar (food service), em um momento de maior disputa entre as opções de delivery e de abertura regulatória dos vouchers, a Stone lança o Raio-X Delivery.

Trata-se de uma solução que consolida as vendas realizadas via delivery, vouchers e cartões, oferecendo previsão e confirmação de pagamentos, além da auditoria das taxas cobradas e visão de resultados das campanhas em cada aplicativo.

"Cada produto nasceu de um entendimento muito profundo sobre o empreendedor brasileiro. Buscamos entender quais são as dores dos clientes, quais são os seus reais problemas e, a partir disso, oferecemos soluções - não o contrário", comenta Pedro Zinner, CEO da Stone.

Pequisa Stone aponta armadilha do 4º Trimestre

O final do ano é, historicamente, a “tábua de salvação” para as vendas. O 4º trimestre representa 27% das vendas anuais do varejo, com dezembro tendo um peso 22% acima da média. Contudo, o cenário de 2025 exige cautela. O terceiro trimestre já registrou uma queda de 0,6% em relação ao ano anterior.

Para o empreendedor, o desafio agora não é apenas atrair o cliente, mas garantir que o aumento de fluxo não se traduza em desperdício operacional.

A pesquisa realizada pela Stone mostra que, no segmento de PMEs, 67% ainda realizam todos os pagamentos manualmente. Essa ineficiência operacional drena o tempo estratégico do dono, que deveria estar focado em expansão e experiência do cliente, e não em conciliação bancária manual.

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Gestão de pessoas

Outro ponto cego revelado pelo levantamento é a gestão de pessoas. Em um setor com alta rotatividade como o de bares e restaurantes, é assustador notar que apenas 20% das PMEs controlam sistematicamente as horas dos funcionários. Mais grave ainda: 38% dos clientes da base Stone ainda fazem o controle de ponto de forma 100% manual, via papel ou planilha.

Isso cria um terreno fértil para passivos trabalhistas, erros de pagamento e falta de clareza sobre horas extras — um custo que corrói silenciosamente a lucratividade. De olho nessa lacuna, a Stone apresentou no evento "Stone ON" a funcionalidade "Bate Ponto", que integra reconhecimento facial diretamente na maquininha, tentando digitalizar à força um processo que o setor insiste em manter arcaico.

Tecnologia

Há um paradoxo tecnológico nos pontos de vendas brasileiro. Da porta para fora, o setor é altamente digitalizado: 57% das PMEs já vendem pelo WhatsApp e 16% utilizam apps de delivery. Porém, da porta para dentro, a gestão continua analógica.

Arte: Elaboração própria B&R

"A gente sabe que o pequeno e médio empreendedor perde um bom tempo do dia com tarefas operacionais", afirma Mateus Biselli, diretor de Growth da Stone. A tentativa da companhia de se posicionar como "especialista em quem empreende" com soluções de gestão financeira (Conta PJ, controle de fluxo de caixa) é uma resposta direta a essa demanda reprimida.

O recado dos dados é claro: em 2026, com o crédito caro e o consumo das famílias pressionado, não haverá espaço para quem gerencia um restaurante de R$2 milhões anuais com a mentalidade de uma barraca de feira. A profissionalização da gestão de despesas, do controle de ponto e do fluxo de caixa deixou de ser um diferencial para se tornar pré-requisito de sobrevivência

 

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